Poesia em Cordel - A valsa do branco comedido





O branquinho comedido foi sempre um cidadão de bem
E sempre quando tinha um tempo em sua vida, olhava o mundo aquém; dançava valsa com a branca e não pensava em mais ninguém.
Feliz e realizado, completo e pleno.
Era sempre comedido, dançava valsa, sempre com a roupa nobre porem sua comiseração cristã era veneno.
Diferente dos plebeus da noite, coitados. Mouros, malhados.Malvados e malfeitores.
O branquinho era comedido, usualmente se portava bem
Era pai de família, vivia numa “ilha” sempre comia bem
O branquinho era comedido nunca torturou
Porem, seu equilíbrio se “amadurou”, rasgou o atlântico com os negreiros. Metade perdurou.
O resto? Três milhões ao mar. Alvas brancas, almas alvas agora podem rezar.
Maldita poesia negreira de uma tal de Alves, talvez castro, talvez Alves, talvez alva, talvez uma malva literária.
Foi histórico, foi guerreiro – mesmo tendo por sinhosin
O branco “zen”, o branco cidadão de bem que nunca matou ou roubou
A valsa nos salões da casa grande era uma pequena Europa
A capoeira e o samba na senzala, eram vultos do diabo que cultivam roça.
Roçado quilombola tinha batata doce, mandioca e galinha, por vezes até fartura de peixe, farinha.
Amor de branco é o seu amor e é o amado
Amor de preto é o terror, é o incesto é a cópula do mal, onde a cúpula racial brada direitos
O branco dançador de valsa, alva cor quer pintar o diferente.
Mouro roto, foi pintado pela mais ideal cor de malva. Para passar na TV? Não Malva, mas cara alva que mascara.
Porem, a história nos mostrou os fragmentos do tambor em seu ardor de prosseguir;
Mouros, se fizeram negros. Rotos, se fortaleceram.
O samba ajudou-os a prosseguir.
No discurso alvo, denegrir figura a mancha, figura a mãe escura, figura a loucura.
O tempo passou e o idealismo voltou. Mouros se fizeram alvos. Novas almas “alvas” para o Vaticano.
Agora, Palmares nos presenteia com a resistência, com a uma contra opulência do viver Massai de pé no chão.
Mouros se fizeram negros, Rotos se fortaleceram.E as brancas valsas, das mentes do aquém mal brada o cheiro da Malva, mal escondem a comiseração branca e cristã que sempre pregará: somos de fato do bem.
Mas saibam mouros fétidos, pretos rotos, vagabundos toscos – que nesse salão só se toca a valsa da social democracia. Não se aceita nenhum tipo de samba, nenhuma escura arredia. Somente mucamas, escrava minha,vadias.
Somente a acometida e sem sal valsa alva, que sequer deixa os raios de sol brilhar, que sequer entende as savanas, que sequer roça sua sobrevivência, só se escuta negro mouro, negro diligência. Não se entende o olhar.
E no raio de visão do ignaro que constrói tal enredo, as tensões se sucedem quase do mesmo jeito.
Isso se dá, por que mouros negros – escureceu a pálida valsa alva;
Isso se dá, por que filhas da noite, endureceu a pálida democracia.
Isso se deu e isso se dá, por que tanto mouros, quanto mães, quanto banto, quantos nós
Quantos mais de nós? Aos milhões. Mas ainda temos o tambor, o amor – contudo o pé no chão. Como um Massai esguio.
Não pela altura, mas pelo chão; mas pela altivez de resistir à valsas alvas, aos venenosos enredos de retórica malva à serviço do moralismo cristão.
Por fim, onde se permite ou reside o egoísmo e a miserabilidade de minha existência alva, alvamente opressiva.
Tento por um momento, ter a intempestiva negra criatividade de Alves, seja Castro, seja Alves.


Projeto 3 - Arquivos gerais até o dia 16.09.2011



Projeto 3 (Fase 1) – Representações Sociais – Profª Teresa Cristina – 2/2011 – FE/UnB

QUESTIONÁRIO QUALITATIVO (VERSÃO 02) - Informações gerais

1) No início, esse questionário foi pensado de forma escalonada. Porem, tal idéia foi abandonada dada as necessidades metodológicas do projeto 03;
2) Conforme plano de trabalho, temos a necessidade de sintetizar essas questões em seis (nem mais nem menos) questões de ordem qualitativa para aplicação aos gestores escolares pesquisados;
3) Sugiro ao grupo, pensar de forma preferencial nas questões qualitativas em termos de como a objetivação da RS é vista na prática do gestor escolar, para com o objeto ESCOLA em termos de: (ver item 02 – dos instrumentos de pesquisa da resenha proposta). A saber: a) Tipologia da gestão escolar, b) As relações de poder, c) Liderança, d) Ambiente formal, e) Ambiente informal, f) Sentimento de “propriedade” da escola pelo gestor.
4) Se for consenso no grupo, estabelecer a feitura das questões qualitativas o mais rápido possível visando atender as situações representativas de “a” ate “f” e cronograma atrasado.
5) As questões abaixo seguem como um roteiro geral de questões sobre o mundo do gestor escolar e outras sobre o método e sobre a teoria das RS em si.

Proposta de questionário inicial – As representações sociais dos Gestores educacionais sobre a escola contemporânea.

Em termos ideais, quando falamos em “boa” gestão escolar, em “boa administração escolar” falamos em:

a) Conhecimento da Legislação e conhecimento do “dia a dia” da escola;

b) Conhecimento da Legislação, planejamento, coordenação e avaliação dos fluxos pedagógicos inerentes à escola;

c) Conhecimento das habilidades vistas nas proposições “a” e “b” mas não para a docência;

d) Primeiramente, o gestor deve conhecer a prática docente e a sala de aula para poder gerir bem a escola;

e) Primeiramente, para a boa gestão escolar, deve-se ser formado em Administração;

f) Primeiramente, para a boa gestão escolar acontecer, deve-se ser formado tanto em Administração quanto em Pedagogia;

g) Administrar bem uma escola é uma questão essencialmente de formação;

h) Administrar é administrar. Docência é docência. Ou seja, administrar bem uma escola é uma habilidade e uma competência que não depende da prática docente, mas de uma boa gestão em si.

i) Ambos conhecimentos práticos (administrativos e de docência) são importantes para uma boa gestão escolar. Porem, nem um, nem outro são critérios que podem impedir uma boa gestão escolar de fato.

j) Administrar bem uma escola é coordenar as entradas (inputs) e saídas (outputs) do sistema escola (seja de natureza administrativa ou de natureza docente).

k) Como administrar está relacionada às tomadas de decisões (essas de toda ordem; decisões políticas, ideológicas, legais etc), que por sua vez está vinculado à uma ética, não necessariamente uma formação específica garantiria uma boa gestão, mas uma ética educacional para a gestão da escola pública;

l) Administrar bem uma escola possui um elemento em comum: trabalho em equipe;

m) Administrar bem uma escola passa por um trabalho legal (dentro da lei) e coeso em equipe, mas não passa pela necessidade de um conselho escolar;


n) Além de estar previsto na legislação, os conselhos escolares ajudam de forma inegável na boa administração da escola pública;

o) Concordamos que uma boa equipe administrativa e um articulado Conselho Escolar (CE) façam parte da gestão integral da escola pública, mas na “hora do vamos ver”, os CE’s são abandonados/esvaziados e as decisões da escola ficam basicamente à cargo da Administração Escolar oficial.

p) Entendemos que a escola pública possui péssima gestão por que existe corrupção e má vontade por parte dos funcionários públicos, principalmente (Diretor, vice-diretor, coordenadores e docentes geralmente);

q) Administrar ou gerir bem uma escola pública é uma questão técnica (administrativa/contábil);
r) Administrar ou gerir bem uma escola pública não é uma questão técnica (administrativa/contábil), mas de indicação política;

s) Administrar bem uma escola pública não é somente uma questão técnica, mas também possui/requer (do gestor) conhecimentos sobre os homens/humanos;

t) Administrar bem uma escola pública passa por uma boa gestão compartilhada por uma boa equipe e por outros agentes (inclusive) a comunidade. Mas e quanto à própria AVALIAÇÃO da gestão escolar feita – Como vê as proposições:

Ss1) Na boa administração da escola pública a avaliação da escola é uma questão voltada para as avaliações dos alunos e seus resultados tanto qualitativos/quantitativos em relação aos conteúdos dados (disciplinas);

Ss2) Concordamos com a proposição ss1 mas a boa gestão da escola pública em termos avaliativos busca não somente as avaliações dos testes dos alunos em seu tempo presente e seu devido registro para o MEC, mas refere-se à avaliação de todas as dimensões da escola e seus atores – numa visão histórica do passado/presente dessa mesma escola –mas visando o futuro institucional dessa mesma escola.

u) Administração ou gestão escolar pode ser comparado com a administração de uma máquina, inserida em sistemas sociais. Onde a máquina “seria” a escola.
v) Analise a proposição: O diretor escolar tem o direito de dizer: “Na minha escola...”.
w) Analise a proposição: A administração escolar é a responsável pelas deliberações da escola;
x) Analise a proposição: Quem delibera é toda a comunidade escolar mas quem formaliza todo o processo deliberativo para as futuras ações da escola é a administração escolar.
y) Analise a proposição: A dimensão formal é mais importante do que a dimensão informal da escola.
z) Analise a proposição:Ambas dimensões da escola (forma e informal) são importantes mas a formalização de seus fluxos administrativos (contabilidade, arquivo legal, atas dos CE’s etc) é obrigatória, quanto a outra, histórica, social, mutável e de conteúdo representativo;
aa) Analise a proposição: Não existem representações sociais na dimensão formal da escola.
bb) Analise a proposição: Não existem representações sociais na dimensão informal da escola.
cc) Analise a proposição: As representações sociais (sobre a escola) estão presentes, na escola pública em sua dimensão informal (onde todos seus atores: diretores, funcionários, professores e discentes podem “tomar o cafezinho” juntos, interagir, formar “opiniões sobre”...
dd) Analise a proposição: Concordo plenamente com a questão acima (cc), onde a dimensão formal da escola ficaria a cargo de somente descrever e registrar contabilidade e arquivo geral da escola.
ee) Analise a proposição: A questão acima (dd) não faz sentido pois o PPP é um fenômeno formal da escola, mas é composto também pela aceitação de consensos informais e pela aceitação de inúmeras representações sociais.
ff) Analise a proposição: A feitura da Prestação de Contas (PC) da escola é um fenômeno puramente técnico e não requer prévio conhecimento das interações sociais informais inerentes a escola e aos seus atores.
gg) Analise a proposição: A questão (ff) é quase toda verdadeira, porem, em termos conceituais não se vê utilidade pedagógica em separar as dimensões formais e informais da escola (na visão da gestão escolar) – que deve ser sistêmica e panorâmica.
hh) Analise a proposição: Nem todo técnico possui feeling (no sentido de “entendimento/compreensão”) da informalidade da escola, porem nem todo educador/pedagogo(a) estudioso dos sistemas informais dessa escola possui competência técnica para realizar fluxos de gestão que são técnicos (exemplo PC).
ii) Analise a proposição: A questão (hh) nos remete às falsas dicotomias entre as dimensões formais e informais da escola e as representações sociais podem ser encontradas tanto nos “discursos/interações do cafezinho”, quanto nos “discursos/interações formais da gestão da escola”.
jj) Analise a proposição: O gestor escolar não conhecer bem a legislação e o dia a dia da escola não é exceção é regra;
kk) Analise a proposição: O gestor escolar não ter um bom relacionamento com os pais dos alunos significa que o gestor não conhece de gestão escolar;
ll) Analise a proposição: O gestor escolar não ter um bom relacionamento com os pais, alunos e outros agentes externos à escola significa que o gestor não conhece de gestão escolar;
mm) Analise a proposição: O gestor escolar que não possuir características de liderança, naturalmente sua “liderança” de gestor será abalada (positivamente) pelo grupo escolar/social;
nn) Analise a proposição: O gestor escolar que não possuir características de liderança, naturalmente sua “liderança” de gestor será abalada (negativamente) pelo grupo escolar/social;
oo) Analise a proposição: O gestor escolar não possuir características de liderança, naturalmente sua “liderança” de gestor será abalada (positivamente) pelo grupo escolar/social.Mas somente se o grupo for plural e altruísta;
pp) Analise a proposição: O gestor escolar não possuir características de liderança, naturalmente sua “liderança” de gestor será abalada (negativamente) pelo grupo escolar/social.E tal reforço (negativo) pode ser visto em grupos sectários e não tolerantes;
qq) Analise a proposição: O gestor escolar não possuir características de liderança, naturalmente sua “liderança” de gestor será abalada (negativamente) pelo grupo escolar/social.Independentemente* do tipo do grupo (tolerante ou sectário).(*FONTE: Teoria modal dos sistemas humanos de HOMANS, G (1950) Citado por Kimbrough, Ralph B. – Princípios e Métodos de Administração Escolar – Saraiva - 1978);
rr) Analise a proposição: É possível gerir uma escola pública sem nenhuma liderança identificada para isso;
ss) Analise a proposição: É possível gerir uma escola pública sem nenhuma liderança identificada para isso. Mas somente se outros atores escolares assumirem de forma “descentralizada” tal papel burocrático;
tt) Analise a proposição: É possível gerir uma escola pública sem nenhuma liderança identificada para isso e sem nenhum ator burocrático para tal;
uu) Analise a proposição: A gestão da escola pública é necessariamente burocrática;
vv) Analise a proposição: A gestão da escola pública é necessariamente despótica;
ww) Analise a proposição: A gestão da escola pública é democrática;
xx) Analise a proposição: A gestão da escola pública é oligárquica e viabilizada por indicações políticas;
yy) Analise a proposição: Dizer que a gestão da escola pública é burocrática é dizer que a escola possui características de ineficiência/insuficiência, morosidade no PEA;
zz) Analise a proposição: Dizer que a gestão da escola pública é burocrática é dizer que a escola possui características de insuficiência de conteúdo;
aaa) Analise a proposição: Dizer que a gestão da escola pública é burocrática é dizer que a escola possui características de PEA moroso e “fraco”;
bbb) Analise a proposição: Quando se afirma que a gestão da escola pública é burocrática quer dizer que a escola possui características de um PEA fraco quer dizer que a escola é incapaz de transmitir didaticamente o conteúdo por ela mesma definida;
ccc) Analise a proposição: Para a gestão escolar se os alunos tiram boas notas eles aprendem... pois, a avaliação consegue medir níveis de proficiência de alunos;
ddd)


Duvidas metodológicas qualitativas:

- Após a pergunta (ii), surgiu uma dúvida - Em questionários escalonados* do tipo qualitativo, pode-se solicitar do pesquisado falar sobre RS cujo tema norteia nossas demandas acadêmicas sob um determinado conceito (moscoviciano) e que provavelmente o pesquisado não domina?
- Até que ponto, em sentido metodológico a natureza e a sequência das perguntas não influencia as respostas?
- Visando captar o mais nítido possível as RS dos pesquisados sobre a gestão escolar, valeria a pena, em sentido metodológico embaralhar (mudar de ordem) a sequência das perguntas?;
- Aliás, quais da proposições servem e quais não servem para nortear nossa pesquisa de campo na feitura de nosso projeto 3?
- Até onde podemos supor que as “impressões iniciais do questionário qualitativo” compõe o NC da(s) representações que queremos analisar?

Outras questões filosóficas sobre as RS:

- A objetivação é fator psíquico importante para estabelecer o processo pedagógico da aprendizagem? Se sim? De que forma? Quando? De forma interativa? Se sim – sob qual conceito (depois comparar com os conceitos em vigotski de interação/corrente interacionista p/ a efetivação da aprendizagem)?
- Em termos conceituais o inconsciente freudiano está para com uma FUNÇÃO do aparelho psíquico. E as RS...podemos dizer que também está sob uma FUNÇÃO do psiquismo? Se não é uma função...
- Podemos dizer que Moscovici, em termos psicológicos recebe influência epistemológica de psicólogos do tipo (mentalista, histórico/cultural, reflexologia pavloviana, comportamental, Gestalt);
- As RS e o humor à personalidade, psiquismo, tipologia de inteligência;
- As RS e os heróis e anti-heróis da história da educação e da infância. Quadrinhos, ideologia, ideologia da justiça (do jurisnaturalismo/legalismo contratualista contemporâneo), formação de ethos (ver liga da justiça* e sua ética universal de igualdade, ver conflitos de ideologias entre os heróis e anti-heróis, heróis e projeção de tipos de cidadanias “americanizada”, “fetichizada”);
- As representações sociais e o(s) espiritualismo(s)/espiritualidade;
- Como montar um modelo* de análise de RS levando em consideração (ações/idéias/grupos)?;

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Resenha Crítica – Projeto 03 – As representações sociais e a gestão da escola pública brasiliense.(versão 01.Autor: 1006584bsb.

Introdução

Analisar e identificar os elementos e as estruturas básicas das representações sociais moscovicianas na atualidade é um grande desafio epistemológico na atualidade para a Psicologia Social e para outros campos de pesquisa que estuda o psiquismo e as sociedades humanas.
As inter-relações dos entes: sujeito, sociedade e objeto serão nosso ponto de partida analítico que de forma pari passu juntamente com um complexo de condicionantes e determinantes da coletividade social tem o poder de além de construir ou reconstruir novas representações sociais, mudar tendências, comportamentos, o mundo do trabalho, o mundo das relações entre os gêneros, o meio ambiente, o conhecimento científico e de senso comum e a escola pública atual - objeto primeiro de nossa pesquisa.
Nessa tríade de entes sociais que ajudam a constituir toda representação social e de forma reducionista para atender nossa metodologia de pesquisa na delimitação do sujeito de pesquisa teremos o gestor escolar, para com o objeto de pesquisa a escola pública, inseridos, portanto, na sociedade brasiliense no ano de 2011.


Justificativas

Tornou-se muito comum para a sociedade brasileira na modernidade, escutar pelos meios de comunicação, por meio do rádio, por meio de outros agentes da educação que atua na escola pública no Distrito Federal, que a escola, esse fenômeno social de múltiplas faces e dimensões é fraca, suja, pobre, ineficiente e que não se os alunos não aprendem nada em seu ensino fundamental.
A escola na modernidade expõe grande parte de suas contradições à media que as pesquisas e que os filões teóricos vão mapeando cada vez mais informações sobre as questões que os pesquisadores se debruçam dentro do universo da Psicologia e da Educação, juntamente com outras ciências correlatas.
De fato, se formos ver na ciência – cada objeto de pesquisa pode possuir características singulares mas também gerais ao mesmo tempo dependendo da metodologia e dos procedimentos de análise adotados para delimitar objetos de estudos que permeiam tanto o psiquismo humano quanto o fenômeno escolar na modernidade.
A feitura de pesquisas abordando por exemplo o psiquismo humano são antigas, muito antigas – na tentativa de vinculá-lo ao mundo dos deuses (característica monadológica), outro de delimita-lo aos dualismos entre “alma/mente” e “corpo”. Na sucessão das pesquisas, dualismos ficaram, outros dualismos caíram em descrédito, mistificações ficaram, outras já foram superadas.
Porem, a Psicologia se estabeleceu é certo por uma grande gama de teorias para mapear o psiquismo humano. Algumas coerentes, outras incompletas/insuficientes, outras correntes teóricas mais agudas na explicação desse fenômeno até hoje paradigma das ciências em geral – o psiquismo humano.
Num campo de estudo mais fluido, mais voltado às interações sociais à dinâmica da sociedade está a escola contemporânea.
Para nossos estudos, na tentativa de delimitar um objeto de pesquisa convincente dentro do campo da Psicologia Social de Moscovici, S (1928), trazer esses dois grande assuntos das pesquisas sociais para dialogar estritamente com os dados obtidos em campo (escolas públicas do Distrito Federal) na tentativa de mapear as representações sociais desse psiquismo na modernidade (não os sistemas de cognição/compreensão) mas as próprias representações sociais dos gestores educacionais sobre a escola pública brasileira que irá oferecer constitucionalmente o ensino fundamental para todas as crianças matriculadas.
Uma das perguntas principais que podemos fazer sobre as representações sociais do gestores das escolas públicas do Distrito Federal seria, “Como os gestores escolares, percebem, significam e se conscientizam do fenômeno escola?” (aqui para identificar como se dá as ancoragens). Uma outra pergunta fundante desse nosso estudo seria “Como e quando os gestores das escolas públicas do Distrito Federal agem concretamente na escola em termos de intervenção pedagógica no tocante à situações do tipo: a) A gestão escolar formal/normativa, b) Relações de poder, c) Liderança, d) Ambiente/Informal da escola, e) Sentimento de “propriedade” particular da escola.
Sabemos que a sociedade brasileira de uma forma geral ignora o pensar teórico científico e metodológico científico. A baixa proficiência em matemática e em português, o baixo nível avaliativo no conhecimento do tempo (História) e do espaço (Geografia) ajuda a engrossar a lista dos analfabetos funcionais - aqui em termos de proficiência em língua materna e analfabetos científicos - aqui em termos de proficiência do pensar em ciências de forma aplicada ao seu tempo ou seja à sua história e ao seu espaço real ou seja às relações do homem (individual e social) e a natureza em sua dimensão e significação geográficas.
Em termos representativos mosvicianos para análises educacionais, não nos interessa a culpabilização simplista e unilateral, desse ou daquele agente educacional escolar, mas como se cristalizou, se estabilizou essa ou aquela representação no tempo histórico, e como esse núcleo central representativo (ver Abric 1994) passou de figurativo, para figurativo simbólico. Ou como não só as análises sistêmicas do objeto “escola pública” caracterizada qualitativamente de “fraca”, “ineficiente”, “inócua”, “suja” e esteticamente “feia”.
Uma dimensão crítica pedagógica que está permeada de representações sociais sob a perspectiva do teórico Moscovici (1974) é que; a escola além de conteudista (ou seja que só requer do aluno a memorização do conteúdo) é também em sua dimensão política, uma escola reprodutivista, ou acrítica – ou seja, uma escola que não estaria atenta, ou não teria a capacidade estrutural de tornar didático tanto o conteúdo, quanto a reformulação de sua própria prática escolar visando o cidadão do futuro.
Em sentido representativo moscoviciano, e tentando delimitar as representações sociais acerca do objeto - escola pública atual - é que podemos sem sombra de dúvida afirmar que muitas das concepções e significações que caracterizam positiva ou negativamente a escola contemporânea passa por um processo de projeções inconscientes (aqui uma variável estrutural do psiquismo) do conhecimento do fenômeno da escola que ajuda a delinear as representações em termos de caracterizações do tipo: “fraca”, “ineficiente”, “inócua”, “suja” e esteticamente “feia”.
Notemos que por ser representativo é comum, pois tais representações nascem do coletivo, das culturas das sociedades no tempo e no espaço reais. Porem, veremos que não pelo fato de serem comuns, que representações sócias não podem se modificar em estrutura e natureza.
As possíveis mudanças estruturais das representações sociais sobre o objeto escola pública atual passariam de forma inequívoca por sua desconstrução histórica. Assim, entendemos por desconstrução – a ruptura parcial ou total das representações sociais sobre a escola pública atual, onde antropólogos diriam em termos de sincretismo ou aculturamento, onde marxistas diriam em termos de reprodução alienada ou coisificada conforme também Adorno (1990) ou Lukacs (1881) ou libertação, onde capitalistas diriam em termos de conservação moderna e inovação escolar para o mercado de trabalho.
E em sua dimensão histórica no sentido de que tais representações sociais da escola pública atual se cristalizaram, se estabilizaram dentro do núcleo central de cada representação compondo pouco, ou muito pouco outras dimensões desse núcleo representativo da escola que pudesse ativar as outras funções das representações sociais que seria (re)criar e (re)organizar os sistemas sociocognitivos acerca da escola. Isso para, posteriormente; seus agentes sociais pudessem “se apropriar de um modal, uma tipologia de conhecimento comum sobre o objeto escola” (ver Crusoé Apud Moscovici 2004) possibilitando que a própria sociedade eleve seu senso comum não para posteriormente escalonar comportamentos em certo ou errados, em éticos ou antiéticos, em pedagógicos ou não, mas para verificar quais representações sociais são de fato comuns para escolas pesquisadas ou da possibilidade de entender além de como se conscientiza o gestor escolar de tais representações sobre a escola, mas a partir daí, analisar e reconstruir sua prática pedagógica visando além da uma melhor gestão, uma gestão que possa atender demandas de fato educacionais, de aprendizado em strictum sentido pedagógico, não somente dinâmicas e/ou demandas administrativas que veem determinando a gestão escolar e solapando seu trabalho enquanto agente educacional de fato ou não somente tecnoburocratas que nunca pensaram sobre didática mas somente em prestar contas ao MEC e cumprir e fazer cumprir a legislação vigente.

Histórico das representações sociais;

O positivismo puro não suportou a pluralidade de demonstrações de que o conhecimento, ou parte das ciências sociais necessitam de naturalmente transpor os limites do exclusivismo científico visto na diferenciação entre sujeito e objeto de estudo, ou objeto de estudo que se quer entender.
A psicanálise de forma indireta demonstra que de forma natural, o processo de ensino e aprendizado é permeado de transferências e contra-transferências quando se estabelece uma interação pedagógica tanto dentro quanto fora da escola pública.
Como nosso objeto de pesquisa gira em torno das representações sociais dos gestores escolares sobre o objeto escola, temos, por motivos teóricos e também de coerência reflexiva é que, como cada representação social possui um núcleo de significação e como núcleo, possui uma função criadora e como cada representações sociais é caracteriza por uma fase inicial de polifasia cognitiva (ver Alves-Mazzotti 2004), não nos interessa se as representações sociais dos gestores escolares são éticas e certas ou descabidas de sentido moral e erradas, mas analisar as próprias representações sociais em seus elementos constitutivos – sejam eles quais forem. Isso se dá, por que segundo Moscovici (1974) as representações sociais possuem uma autonomia em sua forma constitutiva e pode seguir de forma sincrética ou aculturada durante o tempo histórico de forma imprevisível no que concerne seu “novo” (ou não) núcleo central e seus novos ou não elementos periféricos – isso culminando ou não em mudanças sociais e comportamentais.
Em se tratando do nosso objeto de estudo – a escola pública atual – fica explicitado acima da importância do entendimento teórico e prático do campo de estudo da Psicologia Social e das representações sociais nos contextos escolares brasileiros. De forma mais específica, de como a própria escola pode ser vetor (que agora de forma inversa) que passaria de objeto de estudo das representações sociais para variável fundamental da ruptura do senso negativo e estereotipado da escola publica atual atuando na desconstrução de discursos – inclusive discursos negativos sobre as próprias representações sociais da instituição que é o lócus da educação – a escola pública atual.
Analiticamente, inclusive sob um viés histórico-cultural temos as representações sociais, seguindo entendimento de Anaton e Machado (2011) em Apud Moscovici (1961) e como ponto de inflexão teórico-metodológico em Abric (1967) como uma forma de conhecer e explicar a realidade constituída de elementos (conteúdos) e de uma mecânica (estrutura).
A primeira dimensão das representações sociais é variável e para alguns autores quando falamos em estrutura das representações sociais seria a dimensão das representações sociais que não varia, que não é variável conforme a situação histórica, mas que também não é estática pois em termos estruturais sua variação seria mais lenta mais já se estabilizou, pois entendemos que as estruturas das representações sociais é uma dimensão mais profunda do que as conjunturas informacionais que as sociedades tomam como referência de informações sobre um determinado objeto, caracterizando o processo conceitual da ancoragem

As representações sociais e a gestão escolar pública;
Objetivos Gerais;

- Analisar de forma psicossocial as representações sociais dos gestores escolares sobre a escola pública atual.

Objetivos Específicos;

1) Analisar e entender como se processa a polifasia cognitiva das representações sociais sobre a escola pela perspectiva reducionista da gestão escolar;
2) Identificar no NC das RS dos gestores escolares a atuação de outros agentes escolares que compõe a prática da escola pública dada a característica das RS de serem multidimensionais e de ser constituída por múltiplos fatores e inclusive ter sua raiz em consensos sociais, em conhecimentos naturalizados;
3) Identificar as representações sociais advindas do “jogo de culpabilizações” dos agentes e atores escolares (todos eles: pais, professores, alunos, gestores, comunidade, sindicatos, partidos políticos, associação de moradores, etc) concernente ao fracasso escolar;
4) Identificar as representações sociais advindas do “jogo de culpabilizações” dos agentes e atores escolares (todos eles: pais, professores, alunos, gestores, comunidade, sindicatos, partidos políticos, associação de moradores, etc) concernente às imagens e estereotipias (já naturalizadas pela sociedade escolar) da escola pública atual.
5) Identificar o significado real representativo das qualidades (“fraca” e “ineficiente”) nas estruturas das representações sociais sobre o objeto escola pública atual. Parte-se da premissa que tais qualificações “fraca” e ineficiente”já estão naturalizadas pela sociedade brasiliense;
6) Identificar e analisar as representações sociais dos gestores escolares em termos da variável complexa – avaliação;
Metodologia;

Temos por premissa que os gestores escolares é uma categoria social para o fenômeno escola. Como se torna uma categoria que pode ser analisada pelas representações sociais pela perspectiva moscoviciana, será utilizado para compor parciais conclusões de pesquisa a abordagem qualitativa de amostragem serial, vinculada ao contexto sócio-econômico de Brasília (DF) para descrever como se perfazem a fase figurativa e a fase simbólica das representações sociais dos gestores escolas para com o objeto – escola pública atual. A análise qualitativa partirá da ampla bibliografia epistemológica em Psicologia social existente e também na utilização da técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977).

Instrumentos e Procedimentos da Metodologia de Estudo

1) Aplicação do instrumento do GRUPPE sob a temática única sobre a escola;
2) Aplicação de questionário qualitativo visando obter dados sobre: a) Tipologia da gestão escolar, b) As relações de poder, c) Liderança, d) Ambiente formal, e) Ambiente informal, c) Sentimento de “propriedade” da escola pelo gestor. A técnica de análise se conteúdo de Bardin (1977) também será utilizada enquanto instrumento metodológico.

Desenvolvimento das Análises Crítica e psicossocial dos dados advindos dos instrumentos de pesquisa aplicados entre os meses de setembro até dezembro de 2011.

(em construção )

Conclusão crítica e parcial sobre as representações sociais dos gestores escolares sobre a escola pública

(em construção)








UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Coordenação: Teresa Cristina Siqueira Cerqueira


O GRUPPE está desenvolvendo uma pesquisa e, estamos interessados em conhecer sua opinião a respeito do tema ESCOLA.Lembramos que não existe resposta correta, apenas queremos conhecer a sua forma de pensar associada ao tema pesquisado.
Solicitamos a sua participação respondendo às seguintes questões abaixo:

1) Rapidamente, escreva 6 palavras ou frases que na sua opinião completam a seguinte frase:

(atenção: é extremamente importante que todas as linhas sejam preenchidas)

Para mim a ESCOLA é...

1)
2)
3)
4)
5)
6)

2)Agora, dentre as 6 palavras e/ou frases acima citadas, indique a seguir as que você considera como as mais importantes na sua opinião:

1ª mais importante:
2ª mais importante:
3ª mais importante:

3) Dê o significado da palavra ou frase que você apontou com sendo a mais importante e em primeiro lugar:



Dados Gerais (Aos Gestores Escolares – 2011).Data:Idade: Sexo: (...) F (...) M Formação: Curso: Ano de Conclusão:Cargo: Tempo no Cargo: Forma de Ingresso: (...) Concurso Público: (...) Terceirizado/temporário.Se desejar obter os resultados dessa pesquisa deixe seus contatos para enviarmos por email: Agrademos a sua participação.
GRUPPE – Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicologia e Educação /FE/UnB.